16 maio 2008

Salvador Cabañas

Não era dia do Peixe. O Santos perdeu para o América do México por 2-0, nesta quinta-feira, no estádio Azteca, em mais um dia inspirado do atacante paraguaio Salvador Cabañas, autor dos dois gols. Agora, a equipe santista terá que lutar muito para inverter a vantagem mexicana na Vila Belmiro, na próxima semana. Os brasileiros ainda foram prejudicados com um gol mal anulado aos 45 minutos do segundo tempo. Agora, o Peixe terá que vencer por três gols de diferença para se classificar diretamente para a semifinal da Libertadores. Caso o time do técnico Emerson Leão vença por 2-0, a classificação será decidida nos pênaltis. Se o América perder por dois gols de diferença mas fizer gol, avança na competição.

O grande destaque da partida foi Cabañas, que já havia sido o carrasco do Flamengo no Maracanã, nas oitavas-de-final, quando também marcou duas vezes.

O Santos começou fazendo tudo certo : marcando com correção e tocando a bola de primeira, buscando espaços, sem nenhuma afobação. Até teve chance para marcar logo no início, quando, aos dois minutos, Kléber Pereira arriscou de esquerda e obrigou Ochoa a espalmar. Encolhido, o América apenas assistia ao bom toque de bola do Peixe. A saída para os mexicanos eram os chutes para a frente, sempre na direção de Cabañas. Até os 20 minutos, o paraguaio esteve bem vigiado pela dupla Fabão e Marcelo.

Cabañas, porém, provou que é um jogador perigoso. O Peixe vacilou naquilo que não poderia jamais : deixar o atacante livre. Aos 24, em cobrança de escanteio da esquerda, a bola cruzou toda a área santista e sobrou para Cabañas. Sozinho, ele matou no peito com tranqüilidade e chutou por baixo das pernas de Fábio Costa. Após sofrer o gol, o Santos se encolheu. Deu campo para o América jogar e tentava descolar um contra-ataque para diminuir o prejuízo. O time de Emerson Leão até encontrou espaços para tentar a resposta. No entanto, faltou capricho na hora do passe. Kléber Pereira, isolado, não conseguia dominar de frente para o gol. Lima, por sua vez, esteve tão mal que chegou a tropeçar na bola.

No fim do primeiro tempo, o América teve duas chances para liquidar o Peixe. Aos 41, a bola foi cruzada da esquerda e Juan Carlos Silva subiu sozinho para cabecear. A bola passou à direita. Aos 43, Rojas entrou livre. A defesa santista parou pedindo impedimento e deixou o adversário chutar. Fábio Costa salvou. No rebote, Cabañas tentou encobrir o goleiro, que defendeu.

O segundo tempo começou bem aberto, com o Santos tomando a iniciativa, mas dando espaços para os perigosos contra-ataques do América. O Alvinegro criou sua primeira chance logo aos 4 minutos, quando Lima escapou pela direita e mandou uma bomba de pé direito, obrigando Ochoa a fazer boa defesa.
O América, por sua vez, ia explorando o enorme espaço que havia entre o meio-de-campo e a defesa alvinegra. Por ali, Cabañas desfilava, distribuindo o jogo e abrindo a defesa santista. Aos 17 minutos, o parrudo paraguaio recebeu lançamento pela esquerda, dominou no peito, invadiu a área e só rolou na saída de Fábio Costa. Um belo gol. Com tamanha desvantagem no placar, o Peixe se mandou para o ataque, um tanto quanto desordenadamente.

Aos 19, Rodrigo Souto tentou do meio da rua e quase surpreendeu Ochoa, que mandou para escanteio. Atrás de um gol que facilitaria bastante a sua vida no jogo de volta, o Peixe foi para cima dos mexicanos, mas pecou muito no último passe e na pontaria. Aos 29, Trípodi arriscou de longe e mandou por cima do gol. Aos 34, o argentino fez boa jogada pela ponta esquerda e cruzou, mas Sebá conseguiu o corte antes de a bola chegar para Kléber Pereira.

Os avanços do Santos deram ao time da casa mais espaço para contra-atacar. Aos 37, Cabañas recebeu novamente sozinho dentro da área, matou no peito com estilo e chutou de esquerda. Fábio Costa, bem posicionado, evitou o que seria o terceiro do atacante paraguaio. Aos 40, o lance de mais emoção para os brasileiros. Após um escanteio da direita, Fabão subiu e desviou, a bola sobrou dentro da área para Trípodi, que não conseguiu alcançar e perdeu uma boa chance.

Aos 45 minutos, um motivo de sobra para o Santos reclamar. Kléber Pereira invadiu a área, driblou o goleiro Ochoa e chutou para o fundo do gol. O árbitro Hector Baldassi, erradamente, anulou o gol e complicou a vida do Peixe.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e acha que uma defesa que tem Betão, Fabão e Marcelo não consegue mesmo parar Cabañas.

Sempre ele


Diante de mais de 60 mil pessoas, recorde de público do Morumbi no ano, o São Paulo largou na frente no duelo brasileiro por uma vaga na fase semifinal da Taça Libertadores. Na vitória do Tricolor paulista por 1-0 sobre o Fluminense, na noite desta quarta-feira, Adriano marcou o gol que decidiu a partida e levou a melhor sobre Washington no duelo de centroavantes.

Com o resultado, o Tricolor paulista vai ao Rio de Janeiro, na próxima quarta, podendo empatar ou até perder por um gol de diferença, desde que marque pelo menos um gol. Uma vitória por 1-0 leva o jogo para os pênaltis e triunfo do Tricolor carioca por dois gols de diferença dá a vaga nas semifinais ao time das Laranjeiras.

O São Paulo entrou em campo consciente que precisava vencer em casa. E por isso partiu para cima do Fluminense, que entrou em campo sem Conca, mas com o atacante Dodô. Adriano assustou Fernando Henrique logo aos quatro minutos de jogo, com um chute forte. Aos cinco, em mais uma jogada do Imperador, Miranda desviou para o gol, mas o impedimento foi marcado.

A primeira chance do Flu, que estava muito recuado, foi aos dez minutos. Após cruzamento de Gabriel, Cícero escorou em direção ao gol, mas a zaga são-paulina evitou que a bola entrasse. Aos 11, Washington cobrou uma falta sem muito perigo para Rogério Ceni, e Júnior Cesar disparou um chute em cima da defesa adversária aos 13 minutos.

Após um breve bom momento do Flu, Adriano apareceu novamente. Ele participou de três jogadas ofensivas, uma por minuto. E conseguiu marcar o gol aos 19. Após bela arrancada de Hugo, o atacante recebeu e acionou Dagoberto pela esquerda, que avançou e finalizou. Fernando Henrique espalmou para o meio da área e a bola encontrou o Imperador pronto para o chute certeiro, com muita tranqüilidade. Foi o quinto gol do camisa 10 na Libertadores e o 16º na temporada. Ele ofereceu o gol para a namorada, Joana.

Após o gol, o Fluminense conseguiu se reorganizar até com certa rapidez. Mas, aos 42, quase sofreu o segundo. Após cruzamento, Adriano cabeceou em cima de Fernando Henrique, que espalmou e evitou o gol do São Paulo.

Os técnicos não fizeram alterações no intervalo. Mesmo vencendo, o São Paulo seguiu pressionando o Flu. Aos cinco minutos, Fernando Henrique foi bombardeado. Ele rebateu um chute de Dagoberto. A bola sobrou para Richarlyson soltar um chute forte, e novamente o goleiro espalmou. Quando Hugo foi tentar o chute, pela esquerda, já estava impedido.

Aos nove, o Flu chegou com perigo. Thiago Neves chutou da entrada da área, a bola bateu na cabeça de Alex Silva e saiu tirando tinta do travessão. Aos 12, Dagoberto novamente arriscou de longe.

O técnico Renato Gaúcho tentou melhorar a criação do Flu ao tirar Thiago Neves, que não esteve bem, e colocar Conca em campo. Neves deixou o campo irritado com a substituição, pela linha de fundo, evitando cumprimentar o companheiro que entrava no gramado. Aos 22, o argentino levou perigo ao gol de Ceni ao cobrar uma falta na área. A defesa tirou.

O São Paulo seguia perigoso. Aos 26, Hugo entrou na área, mas se atrapalhou e foi desarmado. Um minuto depois, Dagoberto perdeu uma grande chance ao bater, já caindo, sozinho. A bola saiu por cima do gol de Fernando Henrique.

Aos 32, Aloísio, que não jogava desde o dia 30 de Março por causa de uma torção no tornozelo, entrou no lugar de Dagoberto, que foi muito aplaudido pela torcida. Muricy formou a dupla de 'gigantes' na frente para tentar o segundo gol. Aos 37, Adriano ganhou na corrida de Roger e tentou colocar a bola para Aloísio na pequena área, mas a zaga cortou antes. O Flu se defendeu até o fim e impediu que o anfitrião ampliasse o placar. Nos minutos finais, Conca fez bela jogada pela direita, driblando dois marcadores, e chutou rente ao travessão. Mas a decisão agora será no Maracanã.

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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e vai torcer pro Fluminense no próximo jogo.

Sir Charles Tevez


O Manchester United conquistou o título inglês na última rodada, que foi jogada no domingo passado, mas o caminho para conquista foi árduo e o jornal inglês The Sun elegeu esses quatro jogos como os fundamentais para o título do Manchester United.

Como vocês podem notar, dessas quatro partidas, Carlitos Tevez aparece como personagem principal em três. Cristiano Ronaldo, a grande estrela do time, aparece em uma, fazendo um gol de pênalti.

23/09/2007 - Manchester United 2-0 Chelsea
Primeiro jogo de Avram Grant no comando do Chelsea. John Obi Mikel foi expulso aos 32 minutos por causa de uma entrada em Patrice Evra. Carlos Tevez fez seu primeiro gol pelos Red Devils. Louis Saha entrou e sofreu um pênalti. Ele mesmo converteu a um minuto do fim.

16/12/2007 - Liverpool 0-1 Manchester United
O Liverpool precisava tirar uma diferença de seis pontos e foi para cima do Manchester. Mas quem marcou foi o argentino Carlitos Tevez, mais um gol importantíssimo, desta vez aos 43 minutos.

13/04/2008 Manchester United 2-1 Arsenal
Nesse jogo o Manchester praticamente eliminou o Arsenal da disputa do título. Os Gunners saíram na frente com um gol de Adebayor e menos de cinco minutos depois William Gallas meteu a mão na bola dentro da área. Pênalti que Cristiano Ronaldo marcou depois da segunda cobrança. Faltando 18 minutos, falta para o United. Quando todos esperavam pela cobrança de Cristiano Ronaldo, Owen Hargreaves bateu e marcou. Lehmann, que substituía o titular Almunia, só assistiu a bola entrando.

19/04/2008 Blackburn 1-1 Manchester United
Os Reds Devils não jogavam bem e Roque Santa Cruz tinha colocado o Blackburn na frente. Faltando alguns segundos para o fim da partida, o Manchester perdia o jogo e a vantagem na disputa pelo título. Mas aos 43 minutos, Carlos Tevez, mais uma vez ele, empatou a partida. Assim como havia feito contra o Tottenham e contra o Lyon (na Liga dos Campeões), o pequeno Carlitos foi oportunista dentro da pequena área e marcou no finalzinho de cabeça.
Mais do que ganhar um ponto, o gol do argentino manteria o time de Ferguson na frente do Chelsea mesmo se perdessem o confronto direto que ambos teriam na rodada seguinte (o que veio a acontecer). Faltava então apenas três jogos para o fim do campeonato.

Frase do técnico do Blackburn e ex-jogador do Manchester United, Mark Hughes, depois da partida: “Quando você tem a oportunidade de jogar pelo United é porque tem talentos especiais, e entre os talentos que você precisa ter estão ser um vencedor e nunca aceitar a derrota”.

Impossível não pensar em Carlitos depois de uma definição dessa.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e como já disse aqui anteriormente, um fã de Carlitos Tevez.

08 maio 2008

Amarelou ?

Na partida de ida no México, o Flamengo conseguiu uma goleada por 4-2, que lhe dava o direito de perder por dois gols de diferença (2-0 ou 3-1), além das vantagens de qualquer empate, derrota por um gol (qualquer placar), isso sem contar o fator casa e motivação.

O fator casa porque o Maracanã recebeu aproximadamente 50.000 pessoas dispostas a empurrar o Mengão, como já é praxe, e a motivação era tripla.

Em primeiro lugar, o time vinha da conquista de um título há três dias, quando venceu o Botafogo na final do estadual, a segunda grande motivação é que esse seria o jogo de despedida do técnico Joel Santana, que vai dirigir a seleção sul-africana. Antes da partida, muita festa para o treinador, os jogadores fizeram até um corredor e Joel foi aplaudido ao entrar em campo. A diretoria rubro-negra o homenageou com uma placa e uma camisa, com o número 1.000, assinada por todos os atletas, e a maior motivação era avançar às quartas-de-final da Taça Libertadores, grande objetivo do clube no semestre, ou talvez no ano.

O único resultado favorável ao América do México seria uma vitória por três gols de diferença, ou mais. As chances eram mínimas dadas as circunstâncias. E adivinhem qual foi o placar do jogo.

América 3-0 Flamengo.

Nem o mais otimista do torcedor mexicano esperava isso. O Flamengo jogou bem, criou diversas chances de gol, acertou bola na trave, exigiu boas defesas de Ochoa, mas defensivamente foi uma tragédia. O América atacou quatro vezes e fez três gols (dois deles do centroavante Cabañas), silenciando o estádio e garantindo vaga nas quartas-de-final da maneira heróica e inesquecível (para os dois times).

Resta ao Flamengo disputar o Campeonato Brasileiro e tentar chegar de novo entre os quatro melhores para voltar em 2009 a disputar a taça mais cobiçada do continente.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e ficou surpreso com a eliminação rubro-negra da forma como ela ocorreu.

No sufoco, mas garantido

Precisando vencer para avançar às quartas-de-final da Copa Libertadores, o São Paulo bateu o Nacional, do Uruguai, por 2-0, na noite desta quarta-feira, no Morumbi, e segue sua busca pelo quarto título no torneio continental.

Depois do empate em 0-0, há uma semana, o São Paulo precisava de um êxito em casa para prosseguir no campeonato. Um novo empate sem gols levaria a disputa para os pênaltis, e qualquer empate com gols e a vaga seria dos uruguaios.

Mas os tentos de Adriano e Dagoberto fizeram com que o time paulistano promovesse o primeiro confronto brasileiro nesta edição da competição. Na próxima quarta-feira, o São Paulo inicia sua série de dois jogos contra o Fluminense, com a primeira partida acontecendo no Morumbi.

Os dois gols também foram feitos de maneira rara pelo tricolor. Dos oito tentos anotados no torneio até agora, somente três foram marcados com os pés, dois deles na noite desta quarta-feira.

Com Hugo na vaga de Jorge Wagner, contundido, o São Paulo tinha tudo para ser um time mais agressivo. No entanto, o meia mostrava-se fora de ritmo, afinal, esta foi somente a sua terceira partida como titular da equipe na temporada. Mas o maior problema são-paulino na primeira etapa foi o lado esquerdo. Em vários momentos Richarlyson e Hugo bateram cabeça, a ponto de discutirem em campo quando o camisa 20 perdeu a bola próximo ao meia, gerando um contragolpe uruguaio.

As fortes emoções com os dois atletas pelo lado canhoto fez com que a torcida começasse a pedir por Júnior na lateral esquerda, pedido não atendido pelo técnico Muricy Ramalho, pelo menos na primeira etapa. Pelo lado do Nacional, o jogo com bolas alçadas na área, já conhecido da partida do Uruguai, continuou. Mas tanto pelo ar quanto pelo chão, o grandalhão Richard Morales não foi páreo para o zagueiro Alex Silva. E quando o Nacional se assanhava nas investidas contra a meta de Rogério Ceni, o São Paulo abriu o marcador.

Se Richarlyson não resolvia pela esquerda do campo, coube a Éder Luis servir, pelo setor direito, o atacante Adriano.O camisa 9 tricolor cruzou rasteiro, a zaga uruguaia falhou e Adriano empurrou a bola contra a meta de Viera : 1 a 0, resultado suficiente para classificar o time paulistano.

Logo no início da segunda etapa, o lateral-direito Cabarello foi expulso por cometer falta violenta e Richarlyson. Com um a mais em campo, o São Paulo passou a dominar os espaços e atacar com mais freqüência a meta de Viera. Foram várias as oportunidades desperdiçadas pelo sistema ofensivo são-paulino. Adriano, por exemplo, deu dois chutes que passaram longe da meta de Viera. Mas compensou mostrando disposição na marcação, principalmente na saída de bola do time adversário.

Hugo também foi outro que perdeu bela oportunidade de ampliar o marcador. Então, a elasticidade no placar ficou por conta de Dagoberto, nos minutos finais da partida. Aos 45 minutos, o atacante, que entrou na vaga de Éder Luis, arrancou pelo lado direito, se livrou dos zagueiros e fez 2-0, para alegria da torcida tricolor na fria noite no Morumbi.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e pensa que São Paulo x Fluminense será um duelo muito interessante na próxima fase.