30 abril 2008

Chega de freguesia

O Chelsea alcançou pela primeira vez em sua história a final da Liga dos Campeões da Europa.

A classificação saiu em uma revanche contra o Liverpool, ao derrotar, na prorrogação, o arqui-rival inglês por 3-2, nesta quarta-feira, no Stamford Bridge Stadium, em Londres.

A vaga na decisão contra o Manchester United, no dia 21 de maio, em Moscou, teve um significado especial para o Chelsea. O time londrino vinha de duas derrotas consecutivas para o Liverpool no "mata-mata" da Liga, caindo nas semifinais de 2005 e 2007.

Além de obter a revanche, o Chelsea superou seu melhor resultado na competição, que, até então, era a semifinal em 2004, 2005 e 2007. Com o troco diante do Liverpool, dono de cinco títulos europeus, o Chelsea repete na final da Liga a decisão do Campeonato Inglês.
Na "Premier League", o time londrino está empatado em número de pontos com o Manchester a duas rodadas do fim, mas em desvantagem no saldo de gols.

Para chegar à decisão, o Chelsea dependia até mesmo de um empate sem gols. Na partida de ida, o duelo inglês teve igualdade de 1-1, com o time londrino marcando seu gol nos acréscimos do segundo tempo. Mesmo assim, o time londrino se lançou ao ataque desde o começo e, até os 6 minutos, já havia assustado o gol de Reina em duas oportunidades, em chutes para fora de Drogba e Essien.

O Liverpool respondeu aos 10 minutos, em uma triangulação, Gerrard deixou Torres de frente para o gol, mas, sem ângulo, o espanhol esbarrou em defesa de Cech. E a reação parou aí. Aos 19 minutos, o Chelsea quase marcou com Drogba, livre, chutando à esquerda do goleiro Reina.
Com o Liverpool esbarrando na defesa adversária, o Chelsea aproveitou para arriscar e forçou Reina a fazer mais duas defesas em chutes de Essien, aos 22, e de Ballack aos 26 minutos.

De tanto pressionar, o Chelsea abriu o placar aos 33 minutos, Kalou foi lançado pela esquerda e, ao invadir a área, driblou Hyypia, que havia entrado em lugar de Skrtel, e chutou. Reina espalmou, e Drogba pegou o rebote, marcando o gol em um forte chute no canto esquerdo.
O gol abalou o time do Liverpool, que se intimidou no setor ofensivo e quase levou o segundo gol aos 42 minutos em cobrança de falta, sofrida por Kalou, Ballack chutou à direita de Reina, que nem reagiu para tentar a defesa.

Na volta para o segundo tempo, o Liverpool não teve alteração, mas ainda assim criou a primeira oportunidade. Logo aos 2 minutos, após lançamento da direita, Riise ajeitou de cabeça para Kuyt, que tocou de pé direito para boa defesa de Cech.
Após 15 minutos de pouca emoção e muita marcação, o Liverpool finalmente conseguiu empatar em uma jogada individual. Aos 19 minutos, Benayoun partiu da direita para o meio, se livrou de três defensores e tocou para Fernando Torres, que chutou rasteiro no canto esquerdo.


O gol não alterou o panorama da partida, que manteve as duas equipes cautelosas. O Chelsea ainda reforçou seu meio-campo, com a entrada de Malouda em lugar de Kalou, o que diminuiu seu poderio ofensivo. A melhor chance do time saiu em uma jogada individual de Essien, que chutou, sem ângulo, para fora aos 32 minutos. O Liverpool não ficou atrás e colocou Pennant na vaga de Benayoun. Com o duelo baseando-se na marcação, poucas chances foram criadas, levando a definição do classificado para a prorrogação.

No tempo extra o comportamento de ambos os times foi o mesmo, o Chelsea voltou com Anelka em lugar de Joe Cole, mas a primeira chance criada foi em uma jogada de escanteio do Liverpool que Torres não conseguiu concluir. O Chelsea, foi pra cima e Essien chegou a marcar aos 4 minutos, mas o árbitro assinalou impedimento, num lance duvidoso. O ritmo continuou intenso e aos 8 minutos, Hyypia cometeu pênalti sobre Ballack em lance de pouco perigo, na cobrança Lampard chutou no canto esquerdo pra fazer 2-1.

De novo atrás no placar, o Liverpool tentou a reviravolta com a entrada de Babel em lugar de Torres, o que pouco levou de novidade para a partida. Com o Chelsea tocando bem a bola, o gol que decretou a classificação saiu no fim do primeiro tempo. Aos 15 minutos, Anelka foi lançado pela direita, invadiu a área e cruzou para Drogba chutar no canto esquerdo e marcar seu sexto gol na competição.

Durante todo o segundo tempo, o Chelsea se fechou bem na defesa, dando poucas opções ao Liverpool. Mesmo assim, os "Reds" ainda marcaram pela segunda vez, em um chute de Babel de longa distância, a três minutos do fim. Mas o tempo restante não foi suficiente diante da defesa londrina, que segurou o resultado e a vaga inédita na final.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e queria ver o Liverpool em mais uma final, mas não foi desta vez.

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