O Manchester United fez valer a superioridade técnica sobre a Roma na abertura das quartas-de-final da Liga dos Campeões da Europa. Nesta terça-feira, a despeito de ter atuado fora de casa, a equipe inglesa superou os italianos por 2-0 e se aproximou da décima semifinal de sua história na principal competição de clubes do continente.
O resultado confirmou a fase positiva do Manchester, que havia batido o Aston Villa por 4-0 no último sábado em uma grande apresentação. O futebol vistoso do time inglês deu lugar à eficiência nesta terça-feira, e a vitória foi alcançada apesar de a Roma ter dominado muito tempo do jogo.
A Roma, que não pôde escalar o atacante Totti por conta de uma lesão, precisa vencer por dois gols de diferença na partida de volta caso marque ao menos três vezes, ou bater o Manchester com três gols de vantagem para atingir as semifinais. Triunfos e derrotas por um gol de diferença dão a vaga ao Manchester United.Com isso, os ingleses têm uma tarefa ainda mais tranqüila do que a história do ano passado, quando encontraram a mesma Roma nas quartas-de-final.
Naquela ocasião, os italianos venceram por 2-1 em casa e foram eliminados com uma goleada por 7-1 em Manchester.
O técnico Alex Ferguson apostou em uma formação diferente para o Manchester United nesta terça-feira. A equipe inglesa teve o sul-coreano Park e o brasileiro Anderson entre os titulares diante da Roma, com a intenção de povoar o meio-campo e dar espaços para Rooney, isolado, no setor ofensivo. Para isso, o meio-campo do Manchester teve Carrick mais preso, Scholes e Anderson completando o trio de volantes e Park aberto na direita. Além disso, Cristiano Ronaldo atuou pelo meio e Rooney ocupou o lado esquerdo do campo.
Essa configuração tática complicou a vida da Roma, que teve dificuldade para encaixar a marcação sobre o concentrado Manchester United e tampouco encontrou espaços para jogar pelas laterais. Assim, com o time inglês mais preocupado com a parte defensiva e os donos da casa acuados em seu campo, o início do confronto desta terça foi extremamente truncado e limitado à intermediária. Aos poucos, porém, a Roma começou a dominar as ações da partida. Com mais velocidade na transição entre defesa e ataque, o time italiano viu o Manchester ter mais posse de bola, mas conseguiu apresentar mais volume ofensivo que os ingleses.
Quando a Roma era melhor, o Manchester contou com o talento individual para abrir o placar no estádio Olímpico. Rooney recebeu passe de costas para a defesa na esquerda, girou o corpo e tocou na direita para Scholes. O meio-campista encontrou liberdade para dominar dentro da área e cruzou para trás. Cristiano Ronaldo apareceu entre os defensores e cabeceou no canto direito de Doni, que nada pôde fazer. O gol mudou radicalmente a situação da partida em Roma.
Sem Totti, o time italiano passou a apostar somente em lançamentos longos para chegar ao campo de ataque. E o Manchester United, superior tecnicamente, preferiu tocar a bola lateralmente e manter o jogo em sua zona intermediária.
O panorama só mudou no início do segundo tempo, quando o técnico Luciano Spaletti alterou a maneira de a Roma jogar. O time italiano adiantou seus meias abertos (Taddei pela direita e Mancini pela esquerda) e começou a usar com mais freqüência os espaços deixados às costas dos meias ofensivos do Manchester United. Com isso, a Roma começou a criar uma série de oportunidades para empatar. A melhor delas aconteceu aos 7 minutos do segundo tempo, quando Mancini recebeu cruzamento da direita na direção da primeira trave e cabeceou para trás. Totalmente livre na pequena área, o zagueiro Panucci bateu de primeira e mandou a bola por cima da meta.
Assim como no primeiro tempo, porém, o Manchester aproveitou um momento de superioridade da Roma para marcar seu gol. Aos 21 minutos, Brown fez um cruzamento forte da direita e Park ajeitou de cabeça na segunda trave. Doni não segurou a bola na pequena área e a sobra ficou com Rooney, que apenas empurrou para as redes. O segundo gol dos ingleses tornou ainda mais evidente a diferença técnica entre as duas equipes.
A Roma adotou postura mais ofensiva, disposta a descontar a diferença. E o Manchester, com isso, passou a ser o time mais perigoso em campo, com espaço para os contragolpes. Contudo, o time visitante não mostrou a mesma eficiência nas conclusões e perdeu a oportunidade de sair da Itália com uma vantagem ainda mais confortável.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e acha muito difícil o Manchester perder essa vaga.
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