04 fevereiro 2008

Espetacular

Super Bowl. Um dos maiores espetáculos do universo esportivo.

Ontem, em Phoenix (Arizona), foi disputada a 42ª edição da final do futebol americano.

E jogo decisivo sempre tem muitos ingredientes saborosos, não é mesmo ?

No caso do Super Bowl, estão todos lá: invencíveis, gênios, azarões, superações, lendas e, para deleite dos marmanjos, uma bela mulher.

Abaixo, a fórmula do sucesso para a final do futebol americano:

- Coloque em um estádio um time "imbatível" e uma verdadeira surpresa.

- Acrescente uma das maiores estrelas do esporte contra o irmão mais novo que quer sair da sombra de uma lenda.

- Em lados opostos, duas das principais cidades dos EUA e, obviamente, rivais eternas.

- Para completar, embeleze o jogo dos gigantes com uma supermodelo cheia de curvas. E brasileira.

Assim, o Super Bowl, a final do futebol americano, reúne todos os ingredientes para um jogo imperdível.

A equipe "imbatível" é o New England Patriots, dono de uma campanha irrepreensível, com 18 vitórias em 18 jogos. O sucesso no Super Bowl fará com que o time conquiste o título de forma invicta, feito só alcançado pelo Miami Dolphins em 1972, quando a temporada contava com 17 partidas.

A surpresa é o New York Giants. A campanha na temporada regular foi, com o perdão do trocadilho, irregular. Foram 10 vitórias e seis tropeços, e a vaga conquistada nos playoffs apenas a uma rodada do fim.

No mata-mata, só sufoco. Contra o Tampa Bay Buccaneers, na primeira rodada, 24-14, de virada. Na final da Divisão, 21-17 sobre o Dallas Cowboys, com direito a interceptação a 9 segundos do fim. Diante do Green Bay Packers, vitória por 23-20 na prorrogação, graças a um “field goal” de 47 jardas anotado por Lawrence Tynes, que mandou o time ao seu primeiro Super Bowl desde 2000. Tudo fora de casa, e sempre com o favoritismo para os rivais.

No comando do ataque dos Patriots, está Tom Brady, que já é um dos melhores quarterbacks da história do esporte. Ele é o típico "bom-moço americano", genial em campo (candidato a quebrar todos os recordes de sua posição e campeão do Super Bowl em 2002, 2004 e 2005) e exemplar fora dele.

Quem lidera a linha de frente dos Giants é Eli Manning, que até outro dia era o irmão mais novo (e tido como menos talentoso) que Peyton Manning, quarterback do Indianapolis Colts, já uma lenda do futebol americano. Com muita garra e técnica, o "brother" se firmou como um dos destaques da temporada e foi fundamental na campanha do time, especialmente com tranqüilidade nos momentos de tensão vividos nos playoffs.

Já as cidades envolvidas, Nova York e Boston, terra dos Patriots, são protagonistas da maior rivalidade do esporte do país. Vide no beisebol, com a "raiva" histórica entre os Yankees, da "Big Apple", e o Red Sox, da "Beantown".

Por fim, a supermodelo brasileira é Gisele Bundchen, namorada de Tom Brady. Ela normalmente não assiste aos jogos do amado, mas, provavelmente, vai dar uma espiadinha no maior evento esportivo dos EUA.

O evento envolve uma grana altíssima, só pra se ter uma idéia, um comercial de 30 segundos na Fox (que detém os direitos de transmissão) não sai por menos de US$ 2 milhões. É isso mesmo, 2 milhões de dólares (algo em torno de 5 milhões de reais).


O motivo dessa grana toda ?
Você pode nem saber do que se trata, mas os números mostram que o Super Bowl, a final do futebol americano, é o evento esportivo com maior audiência do planeta.

No ano passado, foram 97 milhões de telespectadores, a maior parte deles dos Estados Unidos, de acordo com levantamento da agência "Initiative Sports Futures".

Para 2008, a expectativa é animadora até demais. A imprensa dos EUA disse que o duelo entre New York Giants contra o New England Patriots vai ser visto por 1 bilhão de pessoas. Menos, menos... Mas o número deve superar o do ano passado e chegar a 100 milhões.

Como comparação, 122 milhões de pessoas votaram as eleições presidenciais de 2004, quando George Bush derrotou John Kerry.

O Grande Prêmio do Brasil de F-1 ficou com a segunda posição na lista de eventos mais vistos em 2007, com 78 milhões de telespectadores. Em terceiro, a final da Liga dos Campeões entre o vencedor Milan e o vice Liverpool, com 72 milhões. A seguir, a final da Copa do Mundo de Rúgbi, com 33 milhões. É muita gente, fala sério.


O estádio da Universidade de Phoenix, casa do Arizona Cardinals, aumentou sua capacidade de 63.400 para 75 mil lugares para receber o confronto entre New York Giants e New England Patriots.

A distribuição de ingressos da NFL é curiosa. A liga fica com 25,2% da entradas e cede 17,5% para cada um dos finalistas (que podem vender ou, em muitos casos, ceder aos compradores dos carnês para a temporada). O time-sede do duelo, no caso, o Arizona, leva 5%. Já as outras 29 equipes recebem 1,2%. Soma-se tudo e chega-se aos 100%.

Mas custa caro a jornada ao centro do universo do esporte dos Estados Unidos, o Super Bowl.

Às vésperas da decisão, é difícil achar ingressos para a final do futebol americano por menos de US$ 4.300. Isso fora o preço da viagem, os custos da hospedagem, os gastos com alimentação.


New York Giants x New England Patriots, uma final histórica.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e também gosta de futebol americano.

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