O futebol mais consciente do Egito, com uma defesa forte e um meio-de-campo bem postado e paciente, superou a força ofensiva e a explosão física de Camarões. Neste domingo, os Faraós venceram os Leões Indomáveis por 1-0 e conquistaram pela sexta vez, a segunda seguida, o título da Copa das Nações Africanas.
Assim como aconteceu na semifinal, quando bateram Didier Drogba e a Costa do Marfim, a persistência e paciência do Egito prevaleceram. Mesmo com o goleiro Kameni parecendo instransponível, Moteab e Aboutrika bombardearam a defesa camaronesa e, aos poucos, foram cansando os Leões.
Até que, no segundo tempo, na única falha do capitão camaronês, Rigobert Song, Zidan foi oportunista e rolou para Aboutrika marcar o gol da vitória. Méritos também para Hassan Shehata, do Egito, o primeiro técnico a conquistar duas Copas da África seguidas desde Charles Gyamfi, bicampeão com Gana em 1965.
O desfecho do jogo já podia ser previsto pelo primeiro tempo. A estrela do jogo foi o goleiro Kameni. O camaronês evitou gols do Egito em pelo menos duas oportunidades. Aos 18 minutos, ele já tinha feito três defesas em chutes de longe de Aboutrika e Moteab. Desta vez, porém, a finalização foi a queima-roupa. Em contra-ataque, Moteab entrou na área e chutou forte. Kameni defendeu e, no rebote, Aboutrika chutou por cima.
Aos 36, mais uma boa defesa. O camisa 10 do Egito, Moteab recebeu lançamento, dominou nas costas da defesa e entrou na área de Camarões. O chute, porém, foi em cima de Kameni. Sorte de Camarões que o goleiro estava inspirado, já que sua principal estrela não poderia estar mais apagada. Perdido no ataque, com poucas bolas chegando aos seus pés, Eto'o só concluiu para o gol uma vez, aos 35 minutos.
Não bastasse a pressão do Egito, o técnico alemão Otto Pfister ainda teve de líder com as lesões do seu time. O volante Alexandre Song, que não treinou na véspera, começou como titular, mas deixou o campo mancando aos 15 minutos do primeiro tempo. M'bia e Atouba também sentiram lesões pouco antes do intervalo, mas seguiram no jogo.
O começo do segundo tempo teve a mesma cara do final do primeiro, com o Egito dominando. Aos 12 minutos, Abd Rabou aproveitou um rebote da defesa e exigiu uma boa defesa de Kameni. Aos 21, o mesmo Rabou completou, de cabeça, cruzamento de Ahmed Hassan e acertou o travessão de Camarões. A partir daí, porém, Camarões melhorou em campo.
Com Geremi atuando mais no meio-campo, o time de Eto'o passou a controlar mais a posse de bola e evitou que o Egito pressionasse. O atacante do Barcelona, porém, seguia com poucas oportunidades, bem marcado pela zaga egípcia.
Justamente quando Camarões era melhor, porém, o Egito marcou. Aos 31 minutos, o atacante Mohamed Zidan, que na estréia das duas equipes já tinha marcado dois, voltou a atormentar os camaroneses. Dessa vez, ele aproveitou uma lambança do zagueiro, e capitão, Rigobert Song, que tropeçou, e rolou para Aboutrika, que tocou na saída de Kameni.
Em desvantagem, Camarões foi para cima do Egito e o goleiro Al Hadari, considerado o melhor da competição, foi seguro e não permitiu o empate.
Apesar de não disputar uma Copa do Mundo desde 1990, a seleção egípcia vem se consolidando como uma das principais forças do continente africano.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e queria muito que Camarões conquistasse a Copa Africana, mas deu Egito.
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