11 dezembro 2007

Pequim mais distante


(texto escrito por Fábio Sormani)

Espanha e Grécia vão hospedar, respectivamente, os Pré-Olímpicos de Basquete feminino e masculino. E o Brasil ? Infelizmente, ficou chupando o dedo.

Sediar uma das duas competições facilitaria as chances de classificação das nossas seleções. Principalmente do time masculino. Jogando na Grécia, as chances, agora, são remotíssimas. Quanto ao feminino, as dificuldades existem, mas são menores.

Esta foi mais uma derrota do presidente da CBB, Gerasimis Bozikis. Grego, como é conhecido, alardeou aos quatro cantos que batalharia para trazer o Pré-Olímpico Mundial de Basquete masculino para o Rio de Janeiro. Não conseguiu.
Ora, mas vocês achavam que ele teria sucesso nessa investida depois do Mundial feminino que ele organizou em São Paulo e em Barueri no ano passado ? Só um trouxa para acreditar nisso.
Confesso que tive esperanças. Imaginei um dos dois torneios no Brasil. Admito, sou um otário de marca maior.


Como pude me esquecer : a) do atraso nas obras do Maracanãzinho, o que fez do paupérrimo ginásio de Barueri uma das sedes da competição ? b) das goteiras na quadra do Ibirapuera nos dias de chuva ? c) da falta de indicação em inglês dos banheiros e lanchonetes nos dois ginásios ? d) das falhas no placar eletrônico ? e) dos acanhados vestiários das duas sedes ? f) da baixa presença de público ?
É bom parar por aqui. A lista é extensa. Envergonha-nos. Ou melhor, envergonha quem tem vergonha na cara.

O revés, portanto, era esperado.

Vem engrossar a lista de contratempos do Sr. Bozikis, uma pessoa que vem destruindo o nosso basquete há tempos. Destruindo com a conivência dos presidentes das federações, que perpetuaram o incompetente cartola no topo de uma das mais importantes confederações do nosso país.
Até quando, senhores presidentes de federações, teremos que agüentar o Sr. Bozikis dirigindo o nosso basquete ? Qual a última edificação vocês esperam que ele destrua para tirá-lo do lugar onde ele jamais deveria ter estado ?


Nossa esperança poderia vir do Comitê Olímpico Brasileiro. Mas Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, tem apenas duas obsessões na vida : o vôlei e a cidade do Rio de Janeiro. Esquece dos outros esportes como esquece do resto do país. Portanto, nada a esperar da parte dele.
Fosse Nuzman um presidente de verdade, atuante, preocupado com o esporte brasileiro como um todo -- como determina o cargo que ele ocupa --, já teria intervido na entidade. A falta de um vencedor para o Campeonato Brasileiro masculino do ano passado não é motivo mais do que suficiente para isso ?

Claro que sim. Mas Nuzman nada irá fazer. Esse, aliás, tem sido o comportamento dele diante de escândalos que permeiam o nosso chamado esporte olímpico.
Infelizmente, esse é um país de monocultura esportiva. Nenhum político, por exemplo, vai levantar a voz pedindo uma CPI para investigar o nosso basquete. Fosse o futebol... hein, Sílvio Torres ?, hein Álvaro Dias ? Dois tucanos que só têm olhos para o futebol, esporte das massas...

Portanto, sorte dos cartolas; azar do basquete brasileiro.
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Ricardo Inocencio é colunista do Futebol e Etc., e acha que o Brasil vai ficar de fora da 3ª Olimpíada seguida no Basquete masculino.

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